COMO BIDEN PODE MUDAR A RELAÇÃO DAS DUAS MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO
- Gabriela Armelin
- 29 de abr. de 2021
- 2 min de leitura
Conheça o que é esperado do novo governo estadunidense.
Por Gabriela Armelin
Editado por Elisa Romera de Freitas e Reyel Moreira de Souza
Durante seu mandato, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manteve explicitamente uma política agressiva contra a China e, por essa razão, com a mudança de governo e a entrada do democrata Joe Biden na presidência, dúvidas quanto à relação das duas maiores economias do mundo se fizeram bastante presentes.
No decorrer dos 4 anos de Trump no poder, os dois países estiveram em constantes conflitos, desde guerras de tarifas comerciais e confrontos tecnológicos até ataques xenofóbicos multiplicados pela situação pandêmica. Com a entrada de Joe Biden na presidência, a esperança era de que as medidas ofensivas, tanto à China quanto a alguns outros países, fossem finalmente amenizadas. De acordo com analistas, a política de Biden tende a ser bem mais multilateral e abranger a retomada de algumas alianças estratégicas.
Entretanto, o atual presidente estadunidense já deixou a entender que não pretende amenizar os conflitos referentes, principalmente, às questões tecnológicas e econômicas sino-americanas. Em março deste ano, ocorreu uma reunião diplomática oficial entre chineses e norte-americanos e, dentre os temas discutidos, os tópicos: direitos humanos, comércio, cibertecnologia, mudanças climáticas e a situação de Taiwan, Hong Kong e Xinjiang foram os que mais criaram desavenças.
Os representantes dos Estados Unidos apontaram a China como uma ameaça à ordem baseada em regras que mantém a estabilidade global. Afirmaram que o país tem coagido aliados dos estadunidenses e que se encontram extremamente preocupados com as decisões de Pequim quanto às regiões que mantêm negócios com os Estados Unidos. Além disso, a capital chinesa ainda foi acusada de ser responsável pelos ataques cibernéticos que os EUA vêm recebendo.
Como resposta, a China sinalizou a atenção dos representantes presentes para o abuso de poder, tanto militar quanto financeiro, dos estadunidenses. “Os Estados Unidos usam sua força militar e hegemonia financeira para impor sua jurisdição de forma arbitrária e suprimir outros países [...] Eles (os EUA) abusam do que chamam de segurança nacional para obstruir os canais normais do comércio e incitar outros países a atacarem a China”, disse o político Yang Jiechi.
Em contrapartida, no sábado (17) deste mês, enviados dos EUA viajaram até Xangai para discussões acerca das mudanças climáticas. Os dois países, apesar dos conflitos, concordaram em cooperar entre si na causa que, no momento, exige muita urgência e seriedade. Ainda, se comprometeram em colaborar com os processos como o Acordo de Paris e a Convenção Marco das Nações Unidas.
Independentemente da união das forças dessas duas grandes potências no combate à emissão dos gases do efeito estufa, a tendência é, de acordo com analistas, que os EUA continue a utilizar a mesma narrativa de colocar a China na posição de competidor nas demais questões.
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